segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Academia de Drags — Episódio 3

OBS: Eu queria poder desenhar cada uma das queens em todos os episódios de Academia de Drags, mas como não rola (por causa de tempo e de outras responsas), acabo tendo que escolher apenas algumas. Quando o programa acabar, planejo desenhar todas as que faltaram, inclusive Silvetty Montilla e Rick Callado (e, quem sabe, alguns dos jurados). Enquanto não chegamos lá, vou adiantando os desenhos, e depois pego firme nas colorizações. Portanto, publicarei os desenhos não finalizados nas análises, e conforme for colorizando, atualizo. E é isso.



Mais uma semana segue firme, forte e cheia de glitter na Academia de Drags. No sneak peek do terceiro episódio sabíamos que a desafio seguinte envolveria comédia, e eu sublinhei que poderíamos, então, separar as talentosas do resto. Ninguém me criticou ou elogiou, mas, sozinho com meus botões, refleti e concluí que tal afirmação não tinha fundamento. Primeiro porque eu estaria vestindo um tapa-olho equino que me manteria olhando para uma direção apenas: comédia — no caso, stand up. Quando se fala sobre talento o leque é algo infinito. Estamos sim assistindo a uma competição entre drag queens, mas se o roteiro seguisse o que as próprias queens apontam como "funções de uma drag queen", acabaríamos assistindo a uma competição de maquiagem ou bate cabelo. Realities assim exploram os participantes, suas emoções, personalidades. É puro entretenimento, e não define, de fato, que as eliminadas eram piores do que as que ficaram. Há talento envolvido, claro, mas há também muita sorte e, acima de tudo, um controle emocional monstruoso. Há as que arrasam na maquiagem, mas pecam na personalidade; há as que dominam o palco sem precisar de uma palavra, há as que fazem o público rir com facilidade, há as rainhas da dublagem, as que possuem os figurinos mais incríveis... Enfim. Não se pode julgar o talento de uma pessoa, seja ela drag queen ou não, somente porque ela não foi bem fazendo um stand up. Fazer rir é para poucos.

Cada queen da Academia tem seu estilo, e, mais uma vez, é o cúmulo quando um artista precisa explicar o seu. Arte é arte. Embora Rita esteja sendo atacada desde o primeiro episódio pelo seu estilo, digamos, incomum, o lado bom é o destaque que ela vem recebendo, não somente dentro do programa, mas fora.

Retirando o que eu havia dito, não pudemos separar as boas do resto neste terceiro episódio, mas pudemos ver quais são as mais aptas a chegar ao Top 3. Ainda é algo vago, não dá para ter certeza de nada; no entanto, pode-se ver duas ou três com mais chances de alcançar a reta final.

Para o mini-desafio da semana a socialite  da zona sul que mais tem jóias, Silvetty Montilla, aparece no workroom para fazer uma visitinha rápida às meninas e apresentar o challenge. Rick Callado vem em seguida (ai, meu coração) todo fofo e com vários babadores (É isso mesmo?) cor de rosa. Cada queem deve se maquiar de palhaço e, ao melhor estilo Paris is Burning, ler as colegas. É isso mesmo! The library is open. Por que gongar é o quê? FUNdamental. A piada só faz sentido em Inglês. Não sabe? Vai fazer um CCArá.

Na minha vida pessoal, no dia-a-dia, costumo treinar a leitura. Colegas de trabalho são minhas vítimas favoritas. Gosto de apontar defeitos das pessoas de uma maneira engraçada. No final, xingo a pessoa e ela ainda dá risada. Não é fácil. É preciso sentir o clima de quem você vai gongar para não ir para um lado pessoal. Se ela não ri, o clima pesa, mesmo que você faça outras pessoas rirem. Acredito que o segredo de um bom reading é fazer a própria vítima rir. Se isso não acontecer, é ofensa e nada mais. No mini-challenge, as queens sofrem para isso. As poucas que riem parece ser de dó. Ou por não serem muito exigentes com comédia, do tipo que ri até com Zorra Total. A vencedora é Rita Von Hunty, e não por ser engraçada, mas por, como Silvetty diz, mamar cada uma delas bem mamado. O clima pesou, e foi possível notar que nenhuma ficou feliz com o que ouviu. Será Ritinha colocando as garras de fora? Pode ser. Não reclamaram que ela estava muito morta? Isso que dá chutar cachorro morto. Ele não estava tão morto assim.

A melhor:

Musa diz: "Laurie, acho que se precisar sair duas, sai só você." Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk #vencedoradomundo

A melhor²:

Rita ganha o mini-challenge e Musa diz: "Pelo menos venceu essa, né?" #fatality


Como ganhadora, Rita tem o direito de escolher a ordem das apresentações no palco principal. Talvez ela tenha pensado estrategicamente, mas ainda não parece que o júri pensa dessa forma. Há o formato já estabelecido por RPDR, e sabemos que as queens de RuPaul precisam tomar cuidado com a ordem, para não se prejudicarem e nem parecerem fracas. Há muitos detalhes nas entrelinhas, mas em Academia acredito que, como ainda estamos saindo do forninho, não há esta "malícia". O requisito principal é fazer rir. Ponto. E eu concordo. Não importa em que ordem você esteja, se antes ou depois das melhores. Se você é bom, mas bom mesmo, vai arrasar estando na abertura ou no fechamento.


A aula da semana é de Humor, com a mestra do humor nacional, Grace Gianoukas, diretora do Terça Insana, a eterna Cinderela/Aline Dorel/Santa Paciência, entre outras. Ninguém melhor do que Grace para dar dicas de ouro a nossas queens. Ela chega parecendo um cachorro com sede, e eu morro de rir com esse seu personagem real. Parece uma caricatura funcionando 24hrs. Brincando ou falando sério, tudo o que sai da boca de Grace é algo valioso, que precisa entrar por um ouvido e ficar lá dentro. É uma oportunidade única na vida, e ainda assim há queens que parecem ter entendido exatamente o contrário de tudo o que ela disse. "Coisa que já existe a gente não faz." Todas ouviram isso?

Bem, os 45 minutos de episódio não estão lá para dar espaço às propagandas. Portanto, vamos aproveitar o tempo e... Nossa, Silvetty! Já no palco principal? Tá bom então, né?

Silvetão Sorvetão vem num dos estilos mais inusitados que já a vi. Há algo gueto-chique debaixo daquele afro modeladíssimo. Arrasou, mama Sil. Ao lado dela, o júri da semana se consiste em Nelson Sheep, criador do site SuperPride e do canal Põe na Roda (e um lindo), Grace Gianoukas, e dos fixos Alexandre "Héscovitty" e o maquiador Cabral, do episódio anterior. É o que tem pra hoje.


Nota: Pela forma como percebo alguns detalhes nos episódios, dá para perceber que todo o terceiro episódio foi gravado em um dia. Prestem atenção enquanto estiverem assistindo: roupas, maquiagens, acessórios. Você percebe que é algo corrido. Se todos os episódios foram gravados desta forma, então podemos entender o quão despreparadas algumas queens parecem ser, o que acaba não condizendo com seus verdadeiros talentos. Eu, por exemplo, até sou bom em improviso, mas prefiro mil vezes ter um tempo para me preparar. Uma boa dica para a produção seria dar mais tempo às queens das próximas temporadas para trazerem algo digno ao espectador. Não só daria vantagem às participantes, mas não permitiria que o espectador sentisse o sabor de amadorismo que ainda existe em alguns pontos.



Gysella Popovick (Christina Aguilera)
Morri de espacate. O look estava perfeito, trazendo uma Xtina Aguilética em sua fase cheinha. O estouro da menstruação provocada pelo grito de Xtina foi toquue de gênio... Uma pena que Gysella não soube aproveitar. O fato de abrir o show e ter tão pouco tempo para preparar algo podem ser uma boa desculpa para explicar o mau desempenho de Popo. Digo mal e não péssimo porque caracterização e ideias foram boas. Aquela imunidade veio bem  acalhar, hein, Gysellinha?


Xantara Thompson (Elvira, a Rainha das Trevas)
Arrasou! Caracterização muito boa, maquiagem on point, piadas ótimas. É a primeira vez que consigo enxergar o brilho de Xantara. Não sei explicar o motivo, mas ainda sentia que algo não estava encaixando. Nem mesmo sendo a vencedora do primeiro episódio. Costumo pensar que Xantara out of drag é a puta da edição: já disse que ía mamar o Rick no primeiro episódio, disse que não tinha se depilado para fazer os boys no segundo. Sempre ria com essas brincadeiras, mas agora consegui ver potencial na baixinha para vê-la, quem sabe, chegar à final.


Rita Von Hunty (Lana Del Rey)
Poderia ser outra? Não ou nunca? Rita e Lana vestem-se com perfeição. O estilo monótono de Rita (no bom sentido) pega o melhor de Lana e o traz ao palco sem esforço. Apoio a senhorita Von Hunty quando ela diz que esse é seu personagem e pronto, mas teria sido mais inteligente considerar o público ao qual o programa é direcionado e adaptar as piadas. O humor de Rita é inteligente, mas ainda falta aquele tempero insólito nesse prato que já é uma delícia. Não é preciso modificar seu personagem, mas incrementá-lo. Consegui rir, mas não foi riso de tirar o fôlego. Foi mais algo como "Verdade, gata. Concordo com ti." Por outro lado, aposto que foi cortada muita coisa boa da apresentação de Rita, mas...

Musa (Hera Venenosa)
Meu deus! Que decepção. Não consegui rir com Musa. A gata já começou errado com o fato de trazer Hera Venenosa, minha vilã favorita para o palco, e então me dar um tapa na cara ao dizer que na verdade aquilo era só uma fantasia, que seu nome era Maria Clara de Liz (?), e então emendar uma sucessão de piadas de sapatona sem começo ou fim. Não seria mais engraçado trazer uma Hera Venenosa chapada de marijuana? Look dez. Performance... Prefiro não comentar.

Lavynia Storm (Ana Botafogo)
Que apresentação! Ri, me emocionei, fiquei passado. Foi uma montanha-russa de sensações. Cada movimento de Lavynia teve seu propósito, e alcançou seu objetivo: primeiro, chocar; depois, fazer rir. Como os jurados apontaram, ter usado a voz nos últimos instantes enfraqueceu MUITO a apresentação. Podia ter ficado caladinha, querida. Percebe-se que não é a primeira vez de Lavynia encenando A Morte do Cisne, mas não tira seu mérito. Artistas não podem ser julgados por terem uma ou duas cartas na manga. Ponto para a maquiagem e figurino, impecáveis.


Yasmin Carraroh (Grace Jones)
Yasmin é engraçada por natureza, e não precisa suar muito para roubar uma risada minha. Já havia morrido de rir com seu vídeo de inscrição, sua entrada cheia de Nhaiiin e Nhóiin, e então ela traz ao palco uma Grace Jones moradora de Cohab. É muito! A piada em si não foi engraçada, vamos combinar, mas a forma como Yasmin entrega é a cereja do bolo. Na verdade, o recheio e cobertura também. Seu gingado, seus trejeitos, sua voz de gato bravo miando, tudo ajuda. Ela poderia ter apresentado a performance vestida de qualquer personagem. Grace Jones não era ninguém ali.

Laurie Blue (Beth Ditto)
Piada de gordo contada por gordo é acerto na certa (!). Laurie até tentou, mas tadinha, acabou se atropelando nas próprias (tentativas de) piadas (fail), talvez por nervosismo. A maquiagem e figurino estavam incríveis. Laurie podia incrementar esse estilo à sua drag. Mas como humorista? Nã nã. Nã não. Até que eu ri depois da musiquinha (na música não) quando elas foram para o McDonalds, mas ela podia ter pegado bem mais pesado. É o mesmo que negro falando de negro, de gay falando de gay, de aleijado falando de aleijado. Você tem passe livre para avacalhar. Então por que não avacalhou, Laurie? Por quê, demonha?

Nada a debater a respeito das opiniões dos jurados. Concordei com todos. Pela primeira vez não senti vontade de atravessar a tela do notebook e enfiar a mão na cara de algum deles. É prazeroso quando se vê alguém que entende falando coisas certas, criticando o que deve ser criticado, elogiando o que deve ser elogiado. Grace e Nelson mandaram muito bem. Um beijo para os dois — na bochecha pra você, Grace.


PS: Alexandre cada dia mais fofo *_*

Meu Top 3 da semana: Rita, Xantara e Lavynia


Quem vai para a Recuperação são Musa e Laurie. Acredito que o fato de ter imunidade tenha ajudado Gysella, mas talvez o look tivesse sido levado em consideração e livrado a Popo da Recuperação. Popovick foi ruim na apresentação da piada, e não da piada em si, e arrasou no look. Musa foi bem no look, mas péssima no humor. Laurie foi bem ruim nas piadas, e o look não gritava Beth Ditto. Com imunidade ou não, o resultado final teria sido o mesmo.

A música da semana é Acabou, de Wanessa. Diferente do último lipsync, Musa não me impressiona. Ela até dubla bem, faz uns movimentos sensuais, e o look ajuda bastante, mas senti certa insegurança. Laurie então... Pff. Foi melhor do que o lipsync do primeiro episódio, mas não o suficiente para salvá-la da eliminação. Quando Silvetty começou a falar sobre evolução, sobre o júri dizer que uma das duas vem crescendo desde a primeira semana, meu coração quase parou. Notei que Laurie cresceu desde o início; não foi algo gritante, mas foi notável. E não estou desmerecendo Musa, pois a tenho como uma das minhas favoritas. Silvetty então anuncia que Musa Von Carter continua na Academia, e eu consigo voltar a respirar.

Ainda está difícil dizer quem vai chegar ao Top 3. O jogo está aí, para qualquer uma. Basta agarrá-lo com unhas postiças e dentes borrados de batom e dar o melhor de si, sem medo do ridículo.

Abençoados os inadequados, porque deles é o reino da originalidade.

Um comentário:

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