sábado, 25 de outubro de 2014

Academia de Drags — Episódio 2

OBS: Ao longo da semana atualizarei este artigo com os desenhos das queens.

OBS²: Dou minhas opiniões aqui, mas em nenhum momento tenho a intenção de atacar qualquer uma das queens ou seu talento. Se estão no programa é porque fizeram por merecer.



Após o "Double Shantay" do primeiro episódio, continuamos com oito queens para nos fazer rir, nos irritar ou nos deixar com cara de "Hã?", igual a da Gysella na prévia do segundo epí quando Silvetty anunciou a eliminação de uma tal Mércia Shantele. Essas edições safadas, viu...

O primeiro ponto a elucidar é o salto dado pela qualidade do programa. A transição entre um episódio e outro é gritante. O som está mil vezes melhor, embora ainda possamos perceber um silêncio desconfortável na edição aqui ou ali. Nada que prejudique a experiência como um todo. Sem necessidade de termos dez minutos apenas para apresentar as queens, ganhamos tempo para conhecê-las no workroom e para um mini-desafio mais elaborado.

O mini-challenge da semana é maquiar a região dos olhos. Hoje tenho todas as queens no Facebook, e percebo em suas fotos recentes um cuidado excepcional na produção, maquiagem, mas parece que, durante o programa, algumas ainda eram amadoras. Cheguei à conclusão de que até poderiam não ter anos de experiência, mas talvez o tempo entre um desafio e outro, entre as montagens de looks e gravações dos confessionários tenha feito com que as coitadas fossem obrigadas a se maquiar em tempo-relâmpago, o que acaba prejudicando e passando uma imagem que provavelmente não condiza com seus trabalhos na vida real.

As vencedoras são Gysella (glitter, pedra, strass, chanton) e Musa (De novo?). Durante a exibição das makes, realçadas por balaclavas de motociclista que permitiam ver apenas a região dos olhos, tive minhas próprias opiniões:

Xantara: esfumado, simples. Podia ter marcado um pouco mais. É bonita, mas nada incrível como as produções que ela mostra aqui fora.

Gysella: apesar da sobrancelha que parecia barro seco e do acabamento às pressas, ficou bacana. 15kg de glitter.

Yasmin: adoro cílios grandes e a cor amarela, mas ela poderia ter dado uma realçada com branco para definir o limite entre a make e sua pele morena cor do pecado.

Laurie: finalmente desapegando-se do Blue de seu nome (roupa azul na entrada, roupa azul no desafio principal do 1º episódio), apostou em um tom carmin. A sobrancelha (real) craquelada não passou despercebida, mas a make em si teve um capricho significativo. Muito boa.

Lavynia: meu único problema com Lavynia é sua maquiagem (algo que ficou definido, para mim, neste episódio). Ela não permitiu-se tanta liberdade na elaboração da make, e acabou ficando com uma expressão um tanto apagada. EXTRA: Lavynia rodada na Sibutramina saiu derrubando o estojo de maquiagem da Yasmin e quebrando tudo. Ah, se fosse comigo, você voltava pro Rio de Janeiro voando e nem precisaria de avião pra isso.

Hidra: acabamento bacana, traços precisos, cores certas. A linha branca na parte inferior dos olhos podia ter sido mais grossa, mas o resultado valeu.

Rita: o nível da maquiagem da Rita está à frente das outras (sem desmerecer nenhuma delas). Não escondeu as sobrancelhas, e arriscou um rosa e preto com cílios incríveis. Acabamento nota 10.

Musa: a finalização não está lá essas coisas (parece que há um cerrado de vegetação densa em meio a uma tempestade de areia entre os olhos e a sobrancelha fake), mas a concepção é ótima. Usou pedras abaixo dos olhos e cílios afiados como as unhas de Freddy Krueger. Mereceu a vitória.

Silvetty dá a notícia com "Olha lá! Estão nervosas?", e eu levo, não um balde de água fria, mas uma respingada de leve quando ela não continua com "Vão ficar mais" ou "Deviam ficar mesmo". Nota-se o roteiro em algumas partes atando a língua nervosa de Mama Silvetty. Cadê o "Levanta. Ah, já tá de pé?" pra Xantara, por exemplo? Entendo que estamos dando os primeiros passos em direção a algo com potencial de tornar-se muito maior e que, por ser o começo, há o medo de arriscar. Só por isso te perdoo, Sil. Só por isso. Mas quero te ver na segunda temporada perguntando aos jurados "Alguém cumia?".

Por outro lado, e nunca, mas NUNCA desdenhando o talento de Silvetty, os tira-gostos que ela nos entrega valem mais do que a peruca pela qual as queens estão competindo (ai, como sou maldito). "Ai, as jóias...", "Esses pedrÊÊro", e a melhor de todas, "É o que tem pra hoje" são risada garantida.

Por falar em pedreiro, dois cafuçus entram no workroom e nos são apresentados como motoboys. O desafio principal é transformá-los em drag queens. Divididas em dois grupos, as queens precisarão maquiá-los, ensiná-los a usar salto, e por fim dublar uma música. Daqui a pouco eu meto o pau na Larissa Gold — e não no bom sentido.


A aula da semana é de Maquiagem e Caracterização, ministrada por Eliseu Cabral, maquiador com mais de 25 anos de carreira e caracterizador de peças como Terça Insana, balets como a Cia de Dança e Teatro Municipal de São Paulo, e programas de TV como Glub Glub e Castelo Rá-Tim-Bum. Devagar quase parando, Eliseu dá dicas valiosas às queens, o que vai ajudá-las a compor as personagens de suas drag daughters.

Em uma aula extra (que pode ser assistida aqui), Eliseu orienta cada uma delas a alcançar os melhores resultados em seus respectivos estilos. Ele fala com propriedade, mas senti falta de vê-lo botando a mão na massa. Algumas das meninas dizem "Ah, entendi" ao mesmo tempo em que fazem cara de "Entendi porrãn nenhuma". Foi também nesse vídeo extra que entendi a proposta pessoal de Lavynia, de usar pouca maquiagem não por falta de experiência, mas por escolha. Respeito, mas continuo batendo na tecla de que, mesmo sem exagerar, é possível atingir um nível mais elevado.


Hora do desafio principal!

Silvetty usa um modelo lindíssimo aliado a uma peruca branca (por pior que possa parecer, combinou perfeitamente), dando a ela um ar de divindade grega, só que mais queimadinha. Queimada não: corpo dourado. GLUP!

O painel de jurados da semana é formado por Tchaka Drag, a Rainha das Festas (saiba mais sobre ela aqui), Eliseu Cabral, e nosso Santino verde-e-amarelo, Alexandre Herchcovitch.


Achei injusto com o grupo que pegou o morenão, Mércia Shantele, e não pelo fato de ser mais difícil travesti-lo, mas por ser extremamente natural a postura drag do outro, Larissa Gold. Onde aquele cara é cafuçu? Como disse o lindo do Diego Olivier (do grupo Academia de Drags - (Desencube) - Untucked), precisamos de uma CPI, produção. O boy/Larissa é mais drag que muitas das competidoras. Fiquei bobo de ver sua desenvoltura. Eu poderia ser acusado de estar desmerecendo o esforço do grupo responsável pela Larissa, mas não é o caso. Isso é Maricona! Minhas amigas conhece várias vezes elem, várias vezes. Ele já entra no workroom secando o Rick Callado, e quando nosso pit-crew tupiniquim sai de bunda de fora, ele quase quebra o pescoço pra olhar. Tá, eu sei que qualquer um (gay) olharia e desejaria aquela bunda, mas o outro motoboy/Mércia não espiou nem pelos cantos dos olhos.

Pausa para... Ai, Rick!


Voltando...

A produção de ambos é boa. Larissa vai por um lado Top Drag, enquanto Mércia vai por um... Como definir?... Sapatona chique? Quanto a dublagem, ambos são horríveis. Parecia Tatá Werneck falando alemão no comercial do Dubloxona Plus. Apesar dos pesares, parabéns aos dois pela coragem e por doarem-se ao programa em prol de uma boa causa. Mércia ganhou meu respeito, e Larissa ganhou pontos para o currículo que vai entregar lá na Blue Space.


Intimadas a apresentarem-se no palco principal com seu melhor vestido de gala, as queens vêm na seguinte ordem:

Gysella Popovick: O vestido é lindo, o detalhe no pescoço caiu bem, realçando o contorno de seu rosto, e a maquiagem estava leve e muito bonita. Dessa vez ela não pesou a mão na quebração das bochechas, e pela primeira vez não parece ter levado três tapas de cada lado da cara.

Xantara Thompson: Vestido bonito também, combinou com o cabelo e seu tom de pele — exceto pelo rosto. Em relação ao seu bronzeado, ficou muito branco. A maquiagem em si estava linda, mas minha dica seria sombrear mais entre o queixo e o pescoço e aplicar um contorno para não deixar o rosto tão quadrado — além de nivelar a cor da pele de todo o corpo para não parecer estar usando uma máscara.


Laurie Blue: Que evolução! Nem parece a mesma Laurie que dublou (se aquilo pode ser considerado uma dublagem) no episódio anterior. Falo sobre look, pois continua meio porta. No workroom Laurie parece ter "potencial pra, sei lá, chegar em algum lugar". Neste episódio ela aplicou esse algo a mais na montação, pois o vestido foge do convencional e arrasa. A make também, maravilhosa. Um detalhe que notei foi que, quando Laurie entrou, indo direto para o seu lugar, sem rodopios ou poses escândalo, como se estivesse na fila do pão, Silvetty falou "Levantem a cabeça". Se uma queen precisa ouvir isso, então há algo errado.

Yasmin Carraroh: Longo amarelo, cabelão afro, maquiagem levíssima. Senti que algo estava inacabado. Faltou alguma coisa. Embora sua entrada no primeiro episódio tenha mostrado uma maquiagem carregadíssima, farinha pura, gostei mais daquele tipo de drag para Yasmin. No palco principal do segundo parecia um menino de peruca.

Musa: Bicha, a senhora é destruidora mesmo, viu viado! Talvez eu esteja me deixando influenciar pelo meu amor a Musa, ao seu estilo, mas achei que tudo combinou. Ela podia ter deixado aquela coisa branca que estava em seu pescoço de fora, mas não foi nada que prejudicasse o resto do look. Cabelão fodástico!

Hidra Von Carter: Me lembrou aquelas cantoras de festa de cidade pequena norte-americana dos anos 60. Algo assim. O problema de Hidra, na época de gravação do programa, era sua técnica (ou falta dela) em relação a maquiagem. Nada para se gag over. Algo típico de primeira montação. Sei que não é o caso, pois Hidra já fez seu nome na noite, mas quando se está em um programa com tanta visibilidade, é preciso esforçar-se bem mais. Hoje em dia Hidra evoluiu de forma monstruosa, e acredito que pudesse ter se safado da Recuperação se estivesse, durante a Academia, em posse do talento que tem hoje. A foto abaixo não me deixa mentir.


Lavynia Storm: Lavynia assumiu usar as próprias sobrancelhas na hora da make, e ao mesmo tempo admitiu ter sobrancelhas falhadas. A bicha sabe de seus prós e contras, e conseguiu apresentar uma maquiagem linda, embora ainda falte um toque mais "pesado" para dar o look de mulher real que Lavynia almeja. O problema continua sendo os olhos. Na aula extra Eliseu disse que ela não tem olhos pequenos, mas na minha opinião não são grandes o bastante. Por isso, é preciso abusar um pouco mais do branco para abri-los, e esfumaçar mais por fora. Lavynia tem tudo para ter um look maravilhoso, mas, até o segundo episódio, está razoável.

Rita Von Hunty: Entra a boneca de luxo dos olhos tristes. É impossível não lembrar de mocinhas de filmes românticos de época, filhas de barões caminhando por entre os lírios do campo e sendo cortejada pelos filhos dos mais poderosos. Viajei um pouco, sorry. A maquiagem de Rita é leve, sutil, linda, a quebração é natural, e o look cai como uma luva para sua personagem. Me lembrou Ariel com pernas. Rita Von Rã... Rita Von Hunter... Ah, que seja! Ritinha estava linda como uma melodia tocada por um bardo enamorado.

Meus looks favoritos: Gysella, Laurie, Musa e Rita.


O grupo de Gysella Popovick, responsável por Larissa Gold, vence, e Gysella automaticamente ganha imunidade para a próxima semana. Como Xantara venceu o desafio anterior, também está salva. Musa, por ser líder do grupo perdedor, acaba sendo a primeira indicada à Recuperação =/


Cada uma das queens recebe suas críticas, mas a atenção vai para Rita tendo que explicar seu estilo. Particularmente não sinto que estilo seja algo para ser explicado. É o que te move, o que te dá um nome. Do mesmo jeito que Tchaka Drag conquistou tudo o que tem graças ao seu estilo, cada drag queen tem o direito de ser respeitada pelo seu conceito pessoal, e o direito de expressá-lo sem represálias. Drag significa DRessed as A Girl (Vestido como uma garota). Drag é uma forma de arte. Música é arte e tem suas mais diversas vertentes. Cinema, a mesma coisa. Pintura, temos o Expressionimso, Abstrato, Dadaísmo, Surrealismo. O que seria do Abaporu se todos devessem pintar apenas Monas Lisas? O que seria de Sharon Needles se Chad Michaels fosse o único jeito de fazer drag do modo correto? Academia de Drags está indo muito bem, obrigado, mas os jurados têm se mostrado inconsistentes em suas críticas. Herchcovitch domina tudo o que diz respeito a moda, mas quando disse que o fato de Rita querer parecer demais uma mulher era um problema... O forninho caiu! Nem Conchita Wurst é criticada pela barba que tem. É preciso, antes de julgar, dominar o assunto para o qual se aponta o dedo. Hoje entendo porque RuPaul não leva drag queens para julgar as participantes. Drag Queens são seres de egos enormes que acreditam que somente o seu próprio estilo é o estilo certo. Tchaka, você é rainha no que faz, tem um espírito incrível, mas dizer que uma drag não pode usar nude na boca JAMAIS? Raven te mandou um beijo — usando três quilos de nude. Academia está começando, assim como Drag Race também teve seu começo cheio de tropeços, e espero que as mentes permitam-se enxergar horizontes mais amplos com os diferentes tipos de drag que existem por aí. Nem toda drag queen quer ser Elke Maravilha louca de asteróides #ficaadica

Hidra e Musa, as irmãs Von Carter, acabam batalhando na Recuperação. Quem procura saber mais sobre as queens fora do reality sabe que as duas são parceiras em um grupo e inclusive moram no mesmo condomínio. Imagine o misto de sentimentos durante o lipsync. Talvez seja isso que tenha atrapalhado Hidra em entregar todo o seu potencial, em uma dublagem com altos e baixos. A dublagem em si, o movimento da boca, é preciso, mas os movimentos corporais não têm a explosão necessária para sobressair em relação à concorrente. Musa, pelo contrário, me hipnotizou, e mereceu ter ficado. Ainda tem muito a oferecer, e é minha aposta para o Top 3. Aquele leque foi destruidor.


Hidra nos deixa, e mesmo sendo a primeira eliminada, conseguiu deixar sua marca. Para alguns tornou-se uma maldita de ofensas gratuitas. Para outras, a malvada favorita. Tive o prazer de conhecê-la na vida real (virtual, por enquanto), e fiquei surpreso em descobrir que por trás daquela gongadora existe um menino fofo super-mais-que-demais. Conseguiu tirar a má impressão que havia deixado para mim no primeiro episódio. Pode ser que tenha tentado demais, parecido forçada em algumas partes, mas o fez do jeito certo. Hidra não fez o requisito, foi eliminada, mas não será esquecida ❤

E que venha o próximo episódio, que será focado em humor. Assim como o Snatch Game, poderemos agora separar as que têm talento... do resto.

I can't wait to see how this turns out.

Um comentário:

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